quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Nem certo nem errado

Ele sabia que estava na hora. Não queria, mas tinha de ir. Não era certo nem errado, justo nem injusto. Apenas tinha de ser, não dependia dele.
Aproveitou cada instante de seu último momento naquele lugar e então, Luz.
Nasceu.
E enxergou tudo, sim. Amor, paixões, felicidades. Mas também viu tristezas: desilusões, desesperos, angústias. "Que Luz injusta!" - pensou - "Nos mostra o bom para ficarmos contentes e nos destroi exibindo o ruim. Quem iria querer uma Luz dessa?" e pôs-se a chorar.
Mas ainda não tinha visto tudo. Viu também o fim, que nada mais era que o começo: nem certo nem errado, nem justo nem injusto. Viu também um ser estranho o chamando e o puxando pelas mãos. Tinha grandes asas negras.
"Meu Deus! Como ela é linda!"

"Talvez não seja tão ruim, não é?"

Um comentário:

Calil disse...
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