sexta-feira, 20 de novembro de 2009

I Belive

"I can believe things that are true and I can believe things that aren't true and I can believe things where nobody knows if they're true or not. I can believe in Santa Claus and the Easter Bunny and Marilyn Monroe and the Beatles and Elvis and Mister Ed. Listen–I believe that people are perfectible, that knowledge is infinite, that the world is run by secret banking cartels and is visited by aliens on a regular basis, nice ones who look like wrinkledy lemurs and bad ones who mutilate cattle and want our water and our women. I believe that the future sucks and I believe that the future rocks and I believe that one day White Buffalo Woman is going to come back and kick everyone's ass. I believe that all men are just overgrown boys with deep problems communicating and that the decline of good sex in America is coincident with the decline in drive-in movie theaters from state to state. I believe that all politicians are unprincipled crooks and I still believe that they are better than the alternative. I believe that California is going to sink into the sea when the big one comes, while Florida is going to dissolve into madness and alligators and toxic waste. I believe that antibacterial soap is destroying our resistance to dirt and disease so that one day we'll all be wiped out by the common cold like the Martians in War of The Worlds. I believe that the greatest poets of the last century were Edith Sitwell and Don Marquis, that jade is dried dragon sperm, and that thousands of years ago in a former life I was a one-armed Siberian shaman. I believe that mankind's destiny lies in the stars. I believe that candy really did taste better when I was a kid, that it's aerodynamically impossible for a bumblebee to fly, that light is a wave and a particle, that there's a cat in a box somewhere who's alive and dead at the same time (although if they don't ever open the box to feed it it'll eventually just be two different kinds of dead), and that there are stars in the universe billions of years older than the universe itself. I believe in a personal god who cares about me and worries and oversees everything I do. I believe in an impersonal god who set the universe in motion and went off to hang with her girlfriends and doesn't even know that I'm alive. I believe in an empty and godless universe of causal chaos, background noise, and sheer blind luck. I believe that anyone who says that sex is overrated just hasn't done it properly. I believe that anyone who claims to know what's going on will lie about the little things too. I believe in absolute honesty and sensible social lies too. I believe in a woman's right to choose, a baby's right to live, that while all human life is sacred there's nothing wrong with the death penalty if you can trust the legal system implicitly, and that no one but a moron would ever trust the legal system. I believe that life is a game, that life is a cruel joke, and that life is what happens when you're alive and that you might as well lie back and enjoy it."
American Gods
Neil Gaiman

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Monólogo Medíocre

Medíocre é um adjetivo pejorativo na maioria das vezes, mas vamos tentar entender melhor o que isso significa. Uma pessoa medíocre é uma pessoa comum às outras, que pensa como todos, sem nenhum discernimento único. A princípio, o adjetivo não é pejorativo. Qual o problema em ser igual a todos? Meu grande problema contra esses seres não é em relação a eles seguirem algo que todo mundo segue, desde que esse algo seja algo bom.

A imagem que a TV passa para as pessoas é terrível. Serve apenas para gerar seres sem capacidade intelectual de interpretação e formação de ideias, a TV já te dá tudo pronto. Dá-te a informação que você (acha que) precisa: o que deve comer, o que deve vestir, o que deve seguir, o que deve falar e pensar. Exemplos disso não são difíceis de achar, basta olhar nos gráficos do last.fm pra ver em que posição ficaram as músicas das trilha sonora da novela das oito durante sua exibição ou o lucro que a banda de ex-bbb teve.

O conceito que a TV nos passa é de que não precisamos de inteligência para chegar a lugar nenhum, basta ter sua imagem. Imagem. É essa a principal preocupação dessas pessoas que não perdem o BBB, seguem à moda da MTV e vão ao Carnaval da Bahia ouvir Ivete e acham aquilo a coisa mais linda do mundo (não me entendam mal, acho a cultura do Brasil muito rica, apenas acho errado considerar isso parte dela). Nesse mundo de imagem, você não precisa parar para pensar ou formar ideias, elas já existem processadas e prontas para você. Tudo ficou muito rápido, como em um filme de ação. As grandes produtoras de filmes de Hollywood lucram como nunca enquanto a média de livros lidos por ano da população desce cada vez mais.

E assim sobe o número de medíocres. O meu maior problema com isso é que se esse número de pessoas aumentarem demais, não serei mais capaz de conversar com ninguém sobre qualquer coisa que não seja Big Brother, Futebol e Faustão :(


quinta-feira, 9 de julho de 2009

Caixa Mágica que Tem no Shopping

Boa noite, caros fregueses!

Agora que estou em férias estou tendo bastante tempo para ver filmes e ler, então gostaria de dividir um pouco disso com todos como meu amigo
Thomaz fez em seu blog. Tentarei condensar meu critério em filmes ao máximo para conseguir fazer um Top 10 e um pequeno comentário sobre cada um. Espero que essa lista sirva de alguma coisa para alguém, principalmente nessas férias, pois acho que cada item dessa lista é indispensável para qualquer fã ou entusiasta de cinema deve ver.
Aqui vai:

10º - Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country for Old Man, EUA, 2007)
Interessantíssimo filme dos Irmãos Coen. O filme consegue ser um dos melhores suspenses que já vi sem quase possuir trilha sonora alguma! Ainda mais com o ganhador do Oscar de melhor ator coadjuvante Javier Bardem interpretando um dos maiores vilões do cinem: Anton Chigurh, que é um daqueles que você reza para que não existão. Filme genial! Tenso do começo ao fim.



9º - Laranja Mecânica (Clockwork Orange, Inglaterra, 1971)
Adaptação do livro de mesmo nome de Anthony Burgess por ninguém menos que Stanley Kubrick. E se eu precisasse dizer mais alguma coisa, diria que é um filme ótimo para quem gosta de leite, ultra-violência e Beethoven. Um Must See, caros drugos!



8º - Monty Phyton Em Busca do Cálice Sagrado (Monty Python and the Holy Grail, Inglaterra, 1975)
Melhor filme de comédia que já vi. Monty Phyton é genial, até cheguei a apresentar um esquete deles no Cotil Arte esse ano, pra quem não viu. Mas infelizmente não são todos que tendem a gostar desse tipo de humor. Eu particularmente amo. Aways looking at bright side of life :)



7º - Metropolis (Metropolis, Japão, 2001)
Animação baseada no mangá de Osamu Tesuka, obra prima dos animes japoneses. Também tem a melhor cena que já vi em uma animação na minha vida. I caaan’t stop loooving you ~



6º - A Viagem de Chihiro (Sen to Chihiro no Kamikakushi, Japão, 2001)
Hayao Miyasaki e Studio Ghibli. Ganhou Oscar de melhor animação, mas não creio que isso pese muito. O que mais importa é o sorriso que você ganha depois de assistir. É uma coisa mágica, assim como todos os outros filmes do Ghibli. Até mesmo eu, quando se fala em Ghibli, não sou mais do que um fanboyzinho tosco.



5º - Clube da Luta (Fight Club, EUA, 1999)
Na minha opinião, o que faz um filme ser bom não é o quão ele é bem feito ou profundo, e sim o que ele nos faz sentir. Quando terminei de vê-lo pela primeira vez quase que virei um anarquista. Baseado no romance de mesmo nome do excêntrico e brilhante Chuck Palahniuk.



4º - Trainspotting (Trainspotting, Inglaterra, 1996)
Melhor filme de Danny Boyle na minha opinião. Muito sexo, drogas e nem tanto Rock’n Roll assim. O que mais impressiona no filme é seu ritmo: parece que o filme corre. Choose a big fucking television for this one!



3º - O Poderoso Chefão (The Godfather, EUA, 1972)
Res ipsa loquitur. Não precisaria nem comentar o filme de Coppola que é considerado por muitos o melhor filme de todos os tempos. Mas para os que ainda não viram (seus malucos!) vou tentar falar por cima. O filme possui Marlon Brando e Al Pacino em seus melhores papeis do cinema, seguindo a história do romance de Mario Puzo e orquestrado perfeitamente por Nico Rota. Tudo isso regido por ninguém menos que Francis Ford Coppola. Pra aqueles que não viram, vê-lo é uma oferta que ninguém poderá recusar ;D


2º - Blade Runner, o Caçador de Andróides (Blade Runner, EUA, 1982)
Em primeiro lugar devemos agradecer a nossa querida tradução brasileira por não ter traduzido Blade Runner, que ficaria algo como “O Corredor Faca”, e odiar-la por ter inserido “o Caçador de Andróides” no nome, o que não faz o menor sentido, pois no filme não há andróide algum.
Melhor papel de Harrison Ford, junto com Hans Solo de Star Wars, que faz a metade do filme ser o que é. A outra metade é a trilha sonora de Vangelis que não só casou perfeitamente com o filme como o deixou fascinante.



"I've seen things you people wouldn't believe. Attack ships on fire off the
shoulder of Orion. I watched C-beams glitter in the dark near the Tannhauser
gate. All those moments will be lost in time, like tears in rain."


1º - Taxi Driver (Taxi Driver, EUA, 1976)
Taxi Driver é o filme em que você percebe que Robert De Niro é o melhor ator do mundo. Não tenho muito que falar dele, pois acho que só o filme pode falar por si próprio. Sinceramente não sei dizer porque gostei tanto do filme, talvez eu tenha me identificado com ele, ou com a trilha sonora, mas o certo é que nunca vi coisa igual. Se não viram ainda, não tenho como recomendar ainda mais esse filme.



“Are you talking to me?”


Obs: Que fique claro que seria impossível fazer um TOP10 dos melhores filmes que vi. Coloquei aqui apenas os que achei que deveria colocar na hora e que acho que todos deveriam ver. Comentem o que acharam e o que deveria ter sido incluído, pois o que faz um bom bar são os fregueses.

Au Revoir :)

domingo, 21 de junho de 2009

Braid


“Tim está em busca da Princesa. Ela foi raptada por um monstro terrível e maligno. Isso aconteceu porque Tim cometeu um erro.”

Como seriam nossas vidas se pudéssemos aprender com os erros sem sofrer as conseqüências? Essa é a temática do artístico e interpretativo jogo Braid, onde nosso protagonista Tim está em uma jornada para encontrar sua princesa, seu objetivo, sua meta. O que mais atrai no jogo não é sua música extremamente bem trabalhada, nem sua brilhante arte ou jogabilidade estonteante, e sim a facilidade que temos em nos identificar com cada aspecto de sua história, afinal todos nós temos uma princesa que queremos encontrar.

Todos nós cometemos erros, o que nos afasta de nossas metas ou até mesmo as tornam impossíveis. Mas isso é justo? Mesmo se aprendemos com nossos erros, sofreremos da mesma maneira. E se houvesse um modo diferente? E se aprendêssemos com nossos erros sem sofrer com as conseqüências? É esse o dom de Tim em Braid. Tim pode voltar no tempo com a sabedoria que conseguiu falhando no presente.

Mas até quando isso daria certo? Será que conseguiríamos viver felizes em um mundo perfeito, onde vigiamos sempre nossos erros e colocamos rédeas nos outros para não nos magoar? Tanto na vida real quanto no jogo, existem coisas que o tempo precisa cultivar e que não podemos interferir, assim como o vinho (que é usado como metáfora nas pinturas do jogo) que quanto mais velho fica, melhor.



Conforme se passa cada capítulo do jogo, Tim sente que se aproxima mais da princesa. Tim procura em castelos, sonhos e memórias, cada vez sentindo a sensação de que está mais e mais próximo de sua amada. Cada capítulo explora e questiona sua busca de maneiras diferentes, assim como os obstáculos na vida que nos fazem pensar e hesitar no que buscamos.




Você pode ver com olhos exatos e enxergar Braid apenas como uma saga de um herói em busca da princesa raptada e ainda assim ver a poesia e a beleza de cada capítulo. Braid também faz várias referências a jogos antigos como Mario, pois o esquema de conseguir passar a fase para chegar à bandeira do castelo no final (com direito até a plantas carnívoras que saem dos canos!) não poderia ser de outro jogo.

Antes eu achava que não poderia existir jogo mais brilhante que Everyday Shooter em termos artísticos, mas creio que me enganei. Braid conta com os mesmos princípios de ES e ainda vai além, consegue explorar a pintura, música e poesia como nenhum outro jogo jamais fez. Há muitos críticos que dizem que os jogos estão se tornando algo mais do que simples entretenimento e diversão, e com Braid isso definitivamente é verdade.



PS: Não achavam mesmo que iria deixar meus caros fregueses na mão, não é ?
Tamanho: 140mb
Idioma: Inglês em default, mas vem em português também :)
Link: http://www.mininova.org/tor/2494264

Infelizmente em torrent :( Quando eu puder, uparei no megaupload.

domingo, 14 de junho de 2009

Não-Desculpas E Quem-Sou-Eu do Orkut

Olá mais uma vez, caríssimos fregueses.
Em primeiro lugar, eu não vou pedir desculpas pelo gigantesco hiato que tivemos no bar e nem dizer que isso aconteceu por causa de momentos intensos de provas na escola de nosso principal garçom e de sua gigantesca incapacidade de se concentrar para fazer qualquer coisa, e ao invés disso, colocarei uma descrição mais adequada de nosso empregado que resolveu fazê-la para por no orkut e achou que deveria vir para cá por simples achismo.


quem sou eu: "Eu não sou normal.

Ajo sempre da maneira que me sinto mais feliz, ignorando pressuposições de moral ou senso comum, talvez seja por isso que me achem estranho. Mas não acho isso ruim, gosto de ser diferente, assim consigo ver as coisas de outra maneira.
Sou legal quando quero, não sou simpático e sou extremamente categórico quanto as minhas opiniões sobre qualquer coisa, mesmo quando estou errado, por isso não costumo a ficar indeciso e odeio quando ficam na minha frente.
Pensando bem, talvez seja melhor falar o que eu não sou. Eu não sou: carinhoso, emocional, eclético, atencioso, discreto, tímido, bobo, vegetariano, ecológico, desonesto, engraçado, politicamente correto, ético, PD, corno e preto!

Gosto de analisar as pessoas: gestos, olhares, sorrisos, cada singularidade de detalhes que as elas normalmente escondem. Gosto de ouvir suas histórias, pois todos têm algo a dizer e nunca uma história é igual à outra. Acredito que elas são as riquezas mais preciosas de cada um, pois são as únicas coisas que levamos conosco por toda a nossa vida.
Não acho que existam forças que nos definam como bons ou maus. Existem apenas dois tipos de pessoas, as interessantes e as entediantes. Tudo o que posso faço é me apegar a aquelas que acho interessantes e fico indiferente em relação as outras.
Se tivesse que lhes dizer de coisas que gosto, diria que sou apaixonado por HQs, papercrafiting, livros de fantasia, música, vídeo games, filmes bons e sempre também acho demais ter alguém para conversar sobre qualquer um deles.


Resumindo, eu sou um cara chato que ri da desgraça alheia e que diria a belíssima verdade para qualquer um que perguntasse “Eu to bonito?” quando a mesma seria o fato que uma baleia com Síndrome de Down e tártaro ficaria muito mais apresentável. Mas não era isso o que você queria saber quando abriu o meu profile, era?"

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Problemas

Quando deitamos a noite no gramado para olhar as estrelas, percebemos que mesmo que ficássemos a noite inteira acordados não seriamos capazes de contar todas. Talvez por ser algo grandioso demais para que possamos contabilizar. Por fim acabamos apenas por contemplarmos sua grandeza, mesmo não a entendendo.
Alguns as usam como mapa, pois nunca nos enganam e estarão sempre lá para apontar o caminho. Estes passam grande parte de suas vidas as estudando para poder entendê-las quando é preciso.
Quando uma estrela cadente passa, as pessoas fazem seus desejos mais profundos para ela, na esperança que eles irão um dia se realizar.

Uma ou outra dessas estrelas acabm por passar aqui no bar de vez em quando. Uma delas uma vez veio e pediu um drink e começou a falar de como os seres humanos são esquisitos. Quando já estava um pouco mais alta, desabafou o que sente e disse que não importa o que eles dizem, elas não podem intervir em assuntos que são só e apenas deles.
- "Todos esses pedidos sem sentido algum... Eles nem sabem o que realmente querem!" - disse ela.
Depois acabou se lamentando mais sobre outras estrelas que ofuscam seu brilho e sobre livros de auto-ajuda, e por fim acabou indo embora mais feliz por alguém ouvi-la.

Estou acostumado a escutar esse tipo de conversa: lamentações, problemas e tristezas. Mas por mais que consiga ver suas diferenças entre si, sempre acabo percebendo o quão semelhantes elas são.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Copos

Na grande sutileza de meu trabalho lavando copos aqui no bar nos últimos tempos, percebi que se você lava um copo por muito tempo, começa a ver dentro do vidro. Percebe como é feita toda sua estrutura que brilha de uma maneira impressionante quando colocada perante luz, como se fosse feita de cristal. Mas infelizmente, quando você o faz acaba o estragando, pois se torna feio visto de forma geral, já que se forma uma mancha na onde se lustrou e acaba quebrando com uma facilidade impressionante.

Quando se passa muito tempo no bar, começa a ter essas manias estranhas, como falar de copos e coisas assim. Bobo, não?

sexta-feira, 13 de março de 2009

Segundos

Segundos definem nossa vida e, logo depois, nossas lembranças. São, em potencial, nosso futuro. Em teoria, nossas ações e em princípio, nossas memórias. Vejo muitos deles por aqui.

A maioria passa sem nem ser percebido, outros são super simpáticos, mas vão embora muito rápido. Também há aqueles longos e demorados (que geralmente são os mais mal-humorados) que ficam por horas e conseguem baixar o astral do bar todo. Mas todos eles são cruciais, vivos e importantes para o Pai Tempo e todas as pessoas que eles acompanham.

Os mais bonitos de se ver são os segundos de transcendência. Aqueles que reúnem seu passado, presente e futuro em uma fração do infinito Pai. Esse é aquele que finda nossa longa busca, nos recompensa e nos faz felizes. É o que realiza nossos sonhos, extrapola nossas expectativas e nos faz ver o que vem pela frente. Você o sente no momento exato antes do primeiro beijo, quebrando a linha tênue da amizade e do amor. Quando você cruza a linha de chegada em primeiro lugar, fazendo o esforço de anos fazer sentido. Sente segundos antes de uma batida de carro, quando você é capaz de ver todas as consequências do acidente que está para acontecer, e que te faz rir de tudo depois que acontece. São as intersecções dos mosaicos de nossas vidas.

Mesmo as coisas ruins que acontecem com as pessoas, como o desmoronar de uma amizade de anos em um pequeno ato, uma falha crítica em um objetivo de vida ou até a morte, que leva nossa vida e todas nossas memórias em segundos, são igualmente necessários para as pessoas.

Nossas falhas nos dão experiência e força para outrora. Decepções nos fazem perceber a realidade. E o momento principal de nossas vidas da valor e sentido único a cada um de nossos atos, a Morte.

Não significaria nada existirem momentos mais importantes do que outros se eles não fossem feitos de todos os outros que o construíram.

O Pai Tempo é feito de segundos, assim como nossas vidas são feitas de momentos
.



terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Contos de Fadas

"Contos de fadas são a pura verdade: não porque nos contam que dragões existem, mas porque nos contam que eles podem ser vencidos."


- G. K. Chesteron

Mágicos Seres

“Quando eu era pequetito, pequeno, mínimo, os mais antigos me falavam de povos e povoados mágicos e sobrenaturais que conviviam com nós, homens-sem-graça. Acreditava com força de coração que tais serem existiam, pois conseguia imaginá-los como grandes e pequenos dançarinos de espadas, magos-de-chapéu, dragones místicos e odaliscas ousadas. Conseqüentemente conseguia vê-los, falar e brincar com eles quando eu desejasse, mas o tempo foi passando, eu fui crescendo e me esquecendo deles. Já não lembrava mais de meus heróis e vilões que via outrora. Fui perdendo a inocência, e com ela todos meus primordiais prazeres. Mas será que todos esses povos morreram assim que parei de vê-los? Será que existiam apenas por alguém acreditar neles?

Fiz de meu propósito então buscar tais respostas. Procurei reis, anciões e sábios por esclarecimento. Percorri rios, lagos, montanhas, florestas e planícies a procura das estórias e memórias mais antigas do que os mais velhos carvalhos. Demorei a perceber que a magia e os seres que vivem dela nunca deixaram de existir, mas são sutis demais para os olhos secos e desgastos do homem ver.

Eles existem. E estão em todos os lugares que nós desusamos, como aquele canto escuro do quarto, onde normalmente perdemos as coisas, no quintal à noite, quando não há ninguém para ver, nas palavras dos livros, empoeirados e esquecidos em nossas gavetas trancadas. Eles estão lá, e não estão sem fazer nada.


Tal sutileza é a de seus feitos que passam despercebidos por nós, desde brincarem debaixo de nossas camas dando jus ao repentino receio antes de dormir até fazer-nos estar em ambos tempo e lugares certos (ou não), dos quais culpamos o destino ou o ato de um ser superior. Tais ações os fazem parecer seres grandiosos e onipotentes, o que de certo modo são, mas não a nosso modo de dizê-lo. Seus atos e modos de agir são de uma elegante sutileza, boba aos nossos olhos, mas ainda nos perguntamos por que aquela pedra estava exatamente ali, dentre todos os lugares que poderiam estar, bem quando estávamos saindo de casa com pressa e definitivamente não queríamos tropeçar e quebrar uma perna na escada.


Certamente não são como deuses: não morrem se desacreditarmos neles, mas com certeza a fé os da poder para se materializar ou nos induzir a vê-los, mesmo que por sonhos. É isso o que da a uma criança a sabedoria que o adulto não consegue ver, a tolice que não consegue entender e a imaginação que nunca poderá ter.”

Parte do diário recuperado de Trajano Dúbio, o Contador De Histórias.


Trajano Dúbio foi um escritor e bardo de uma época desconhecida, já que existem provas contraditórias de textos com estilos literários e passagens históricas diferentes em cada história. Alguns acreditam que ele era apenas um morador de rua inspirado, outros pensam que foi um bardo da realeza ou até um pseudônimo de algum dramaturgo famoso do final do séc. XVI.



segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Sonhos

A pior coisa que você pode dizer para uma criança é que para desistir de seus sonhos, que eles não existem, para parar de viver ilusões. As pessoas pensam que sonhos não existem simplesmente porque não são feitos de matéria, mas elas estão erradas. Sonhos existem, e são feitos de esperanças, crenças, desejos, memórias, momentos e sentimentos. Coisas que não conseguimos ver, mas temos a certeza que existem.

Tolas e hipócritas são as pessoas que falam tais coisas, pois o que seriamos sem os sonhos? Eles nos dão desde pequenos prazeres até objetivos de vida que tanto nos esforçamos para alcançar. Também existem os "sonhos ruins" ou "pesadelos", que nada mais fazem que nossos piores medos virem realidade por um instante, para que assim nos lembremos que estamos vivos. Tão fortes são os sonhos que existem pessoas que acordam e não saem deles para sempre. Mas o que seria de nós sem eles?

Sem eles nossas almas seriam preenchidas pela TV e propaganda: compraríamos produtos sem nem pensarmos o porquê, nossas comidas mudariam para pacotes nutritivos industrializados, não iríamos mais a teatros, pararíamos de dançar, rir, escrever, compor, criar. Perderíamos nossa individualidade e seriamos apenas criaturas racionais movidas por impulsos animais.

Os sonhos são tudo o que realmente temos, e serão as únicas coisas que levaremos para o túmulo, junto com as memórias boas ou ruins que eles nos trouxeram. São eles que fazem mesmo a vida de alguém que nunca fez nada na vida valer mais do que qualquer coisa.

São eles que fazem a vida valer a pena.


"Quando sonha, as vezes você se lembra. Quando acorda, você sempre se esquece."
Morpheus, em Sandman de Neil Gailman.





Obs: o bar entrará em hiato por alguns dias devido a uma viagem de nosso principal garçom, mas voltaremos em breve!

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Everyday Shooter

A maioria de nós está familiarizada com o termo "game". Normalmente associamos isso primeiramente a alguma parte de nossa infância, como: "aquele joguinho do Mario", "joguinho de corrida" ou "o de matar zumbi". Mas eu diria que esse termo hoje em dia vai um pouco mais além.

Atualmente esse "mundo de games" se ampliou significantemente comparado a "época do Mario". Hoje existe algo mais nos games, algo que te da prazer em jogá-los. E por que não? Dentro deles você pode ser o que você queria ser, viver o que sonhava e fazer o que não poderia fazer, quem não gostaria disso? É uma evasão para a alma sobrecarregada de hoje, assim como todos os tipos de arte, não? É claro que pouquíssimos games possuem essa grandeza toda para serem chamados de arte. Um deles é o Everyday Shooter.

Everyday Shooter é como um "jogo de navinha", onde aparecem os inimigos e você tem que destruí-los para sobreviver até a próxima fase. Simples não é? Mas o que faz o jogo genial é a música. As músicas de fundo são melodias apenas com distorções de guitarra, mudando a cada fase. E enquanto joga, conforme seu desempenho no jogo, os inimigos explodem em riffs e acordes de guitarra para acompanhar a música. É como se você jogasse compondo.

Jonathan Mak, o criador, fez Everyday Shooter querendo inovar, fazer com que o jogo fosse arte. E devo dizer que conseguiu, foi um dos jogos que mais me impressionaram até hoje.

E como bom anfitrião, não poderia deixar de disponibilizar o jogo a vocês, meus caros e raros fregueses. Vocês podem baixar pelo link abaixo. E joguem com carinho, pois demorei muito tempo para achar na internet uma versão para computador (o jogo é originalmente feito para PSP), e quando achei demorou horas para baixar, devido à falta de seeds, e ainda veio com vírus (eu o tirei para colocar aqui, então podem baixar tranquilos).

Download:
http://www.megaupload.com/?d=OGSA4CZK

Tamanho : 32MB

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Capuccino de Schrödinger

Erwin Schrödinger foi um físico famoso por criar a teoria do "Gato de Schrödinger" que funciona da seguinte maneira: se pega um gato e o prende em uma caixa junto com um pequeno material radioativo ligado ao dispositivo que aciona um martelo que fica acima de um frasco de veneno, tudo isso de maneira que o gato não interfira diretamente nos outros materiais. A probabilidade de o material radioativo decair fazendo que acione o dispositivo do martelo, quebrando o frasco de veneno e consequentemente matando o gato, são as mesmas de ele não o fazer e nada disso acontecer. O único jeito de descobrir o que aconteceu é abrindo a tampa da caixa. Assim veríamos se o gato está vivo ou morto, mas enquanto não abrirmos, o gato estará teoricamente vivo e morto ao mesmo tempo.


Sem mais nomes difíceis e lógicas complicadas, digo que o nosso capuccino funciona da mesma maneira. Enquanto ninguém o bebe, ele é bom e ruim ao mesmo tempo e a única maneira de descobrir é provando.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O Início

"(...) Sim, sim ! Ela conseguia ver tudo ! Não apenas tudo como algo mais: via pessoas brincando e se divertindo e logo depois, quando tudo se aquietava como pétalas que morrem chegando ao chão após dançarem docemente com o vento, que ficavam tristes. Os motivos do entretenimento e do prazer nada mais eram do que peças fúteis e sem valor no antiquário de suas recém-descoloridas memórias.
Serena via o porquê, tudo em sua xícara de capuccino doce."
- Parte de um dos contos de Trajano Dúbio, Um Contador De Histórias E Outras Coisas Mais.


E está aberto seu mais novo bar-de-esquina que você nunca ouviu falar: o Capuccino Quântico !

Mas é claro que não ouviu falar. Esse bar habita aquela esquina escura e supostamente desabitada do seu subconsciente, compartilhando os trabalhos de limpeza e lustragem de níveis subatômicos de seu cérebro que transitam sua criatividade e inspiração, daquilo que você não sabe bem porque pensou nem da onde veio. Serve desde os aperitivos e cafés da manhã para suas inspirações aos seus famosíssimos cafés da tarde que servem como placenta para as mais geniais artes nascerem.

O bar recebe todo o tipo de visitante: cineastas, diretores, músicos, escritores, cientistas, artistas, observadores, idealistas, estudantes, trabalhadores, etc. De vez em quando algumas idéias resolvem criar pernas e aparecer por aqui também. Tímidas e reclusas, mas sempre bem vindas.

Que fique claro também que tudo é apenas relatado por Tiago Abrahão Cardoso, ilustre funcionário do bar, de acordo como o que viu passar pelo mesmo: nem a verdade, nem a mentira. O Incerto. Como os planos que temos para o futuro, ao contrário de como todos eles acabam.


SEJA BEM VINDO!